A implementação da vacina Qdenga no Sistema Único de Saúde (SUS), ocorrida recentemente, trouxe uma nova perspectiva em relação à luta contra a dengue no Brasil. No entanto, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, enfatizou que a vacina não representa a solução definitiva para o atual cenário da doença no país.
De acordo com a ministra, a vacina é uma ferramenta importante e uma fonte de esperança, mas não pode ser encarada como a resposta para as áreas que enfrentam uma grave situação de dengue no momento. É fundamental continuar focando na prevenção e no tratamento das formas mais graves da doença.
Nesse sentido, a ministra participou de uma reunião da Sala Nacional de Arboviroses juntamente com representantes das secretarias de saúde estaduais e municipais (Conass e Conasems) para discutir estratégias de prevenção e controle da dengue no país.
Com um aumento de 170% nos casos registrados nas três primeiras semanas do ano em comparação com o ano anterior, o Brasil já enfrentou um recorde de casos de dengue. Além disso, 2024 já registrou 12 mortes suspeitas e um total de 120.874 casos da doença, em contraste com os 44.752 casos registrados no ano anterior.
Embora ainda não haja uma previsão exata para a distribuição das 757 mil doses recebidas, a expectativa é de que isso ocorra até o final de fevereiro. No entanto, um dos entraves atuais é o fato de o rótulo da vacina não estar em português, uma exigência da Anvisa para a distribuição adequada.
A vacina Qdenga, produzida pelo laboratório japonês Takeda Pharma, requer intervalos de aplicação de três meses e não é considerada como uma solução imediata para situações de emergência.
Ao destacar a importância da prevenção, a ministra ressaltou que 75% dos focos de transmissão da doença estão dentro das residências. Portanto, é essencial que as famílias se engajem ativamente nas medidas preventivas.
Em algumas regiões, equipes do Exército têm sido treinadas para auxiliar nas ações de prevenção. No Distrito Federal, por exemplo, 200 militares receberam treinamento para combater o mosquito Aedes aegypti, enquanto outros soldados estão sendo preparados para realizar a aplicação do fumacê e prestar assistência aos pacientes com dengue.
Essas ações incluem a atuação dos militares como agentes de vigilância ambiental em saúde, visitando residências em busca de possíveis focos de transmissão da dengue. O trabalho se iniciará em regiões específicas com alta incidência da doença, como Ceilândia e Samambaia.