A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, esclarece que o fumacê não é a estratégia ideal de combate ao Aedes, mas sim uma abordagem complementar para prevenir a picada do mosquito.
“Quando recorremos ao fumacê, significa que a estratégia de prevenção não foi suficiente, pois estamos lidando com o mosquito adulto. É imprescindível focar no uso de larvicidas para impedir a eclosão do mosquito. É fundamental que o município realize essa ação com o suporte dos agentes de combate a endemias, adentrando as residências das pessoas e realizando uma intervenção focalizada”, orienta, em um comunicado divulgado pelo Ministério da Saúde.
De acordo com o Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde, atualizado na segunda-feira (29), o Brasil já atingiu a marca de 4 milhões de casos de dengue em 2024. Até o momento, foram registradas 1.888 mortes pela doença, com outros 2.345 óbitos em fase de investigação.
Qual a função do fumacê e como ele atua no combate ao mosquito?
Segundo o Ministério da Saúde, o fumacê é um pesticida que combina duas substâncias: a praletrina e a imidacloprida. Ele atua como uma aplicação espacial de volume ultrabaixo (UBV) a frio, o que impede a formação de uma nuvem de fumaça, já que não há queima de óleo mineral durante a aplicação.
O fumacê pode ser usado tanto por meio de equipamentos portáteis motorizados quanto por equipamentos veiculares, como carros. O produto provoca excitação no sistema nervoso dos mosquitos, resultando em sua morte ao entrarem em contato com o pesticida.
O fumacê é seguro para os seres humanos?
Conforme informações do Ministério da Saúde, todos os pesticidas adquiridos pelo órgão — incluindo o fumacê — obedecem às diretrizes da OMS (Organização Mundial da Saúde) e possuem a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), sendo, portanto, considerados seguros para os seres humanos.
Além disso, tais substâncias são regulamentadas por normas técnicas e operacionais elaboradas por um grupo de especialistas em praguicidas, que determinam os princípios ativos e as doses necessárias para diversos tipos de tratamentos.
O produto apresenta efeito apenas a nível espacial nos mosquitos que estejam em voo ou desalojados de seus esconderijos e que sejam atingidos pelas gotas. O pesticida permanece no ambiente por aproximadamente 30 minutos, dependendo das condições climáticas durante a aplicação.
O fumacê é eficaz?
Sem dúvida, o fumacê é eficiente, porém, de acordo com o Ministério da Saúde, sua aplicação deve ser uma estratégia utilizada somente em circunstâncias excepcionais, como surtos ou epidemias de dengue. “Essa medida constitui parte das atividades emergenciais adotadas nessas situações e deve ser realizada em conjunto com todas as outras ações de controle ou quando o controle preventivo não é suficiente”, declara um comunicado emitido pelo órgão.
Uma dica valiosa para potencializar a eficácia do pesticida é manter as portas e janelas da residência abertas durante a passagem do fumacê pela rua, facilitando a entrada das gotículas no lar.
“Para obter melhores resultados com essa medida, as gotículas de pesticidas produzidas pelo equipamento devem penetrar nos quintais e nas habitações, atingindo os locais onde os mosquitos se encontram”, esclarece o órgão.