A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou no último sábado que o governo está avaliando a possibilidade de ampliar a disponibilidade de vacinas contra a dengue no Brasil. Essa informação foi compartilhada durante a abertura do Centro de Operações de Emergências (COE) contra a dengue em Brasília, onde a ministra revelou que foram realizadas reuniões com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantã para discutir o assunto.
“Nosso foco será expandir a oferta de vacinas”, ressaltou a ministra.
Com uma epidemia de dengue, o Rio de Janeiro registrou um número recorde de internações em janeiro. Dourados, primeiro na vacinação em massa contra a dengue, realizou o Dia D. O Brasil se destaca como o primeiro país a disponibilizar a vacina através do sistema de saúde pública. A primeira remessa, com aproximadamente 757 mil doses, chegou ao país em 20 de janeiro.
Este lote faz parte de um total de 1,32 milhão de doses fornecidas pela empresa responsável pela Qdenga. Outra remessa, contendo mais de 568 mil doses, tem entrega prevista para fevereiro. Estima-se que o país receba 5,2 milhões de doses este ano. Inicialmente, a vacina será administrada à população de regiões endêmicas, em 521 municípios. Para 2025, já estão contratadas mais 9 milhões de doses.
Apesar da ampliação, a ministra enfatizou que a disponibilidade da vacina não terá efeitos imediatos no combate à doença.
“Essas vacinas são muito significativas, pois adquirimos doses para 2024 e 2025, e estamos empenhados em expandir essa oferta, mas não veremos um impacto nos primeiros meses”, afirmou.
Centro de emergência
O Ministério da Saúde divulgou que o COE irá intensificar a monitorização da situação da dengue no país, a fim de orientar ações relacionadas à vigilância epidemiológica, laboratorial, assistencial e de controle de vetores. Trabalhando em colaboração com estados e municípios, serão realizadas coleta e análise de dados, produção de relatórios e divulgação de informações por meio de boletins e informes epidemiológicos.
De acordo com o painel de atualização de casos de arboviroses do ministério, de janeiro até o momento, o Brasil registrou 243.721 casos prováveis de dengue. A doença já resultou em pelo menos 29 mortes confirmadas, com outras 170 sob investigação.
Epidemia local
Durante a cerimônia, Nísia destacou que a situação da dengue é mais preocupante atualmente em alguns municípios do Acre, no Distrito Federal, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e no Paraná.
“No momento, observamos concentração nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul, mas isso não configura uma emergência nacional, é uma epidemia em nível local”, afirmou.
As chuvas e as altas temperaturas no Brasil são propícias ao aumento das arboviroses, como a dengue.
Prevenção
O Ministério da Saúde ressalta que a principal medida preventiva é a eliminação dos criadouros do mosquito. Destaca também a importância de receber os agentes de combate a endemias e os agentes comunitários de saúde, que auxiliarão na identificação e eliminação de possíveis criadouros.
“Os sintomas de dengue, chikungunya ou zika são semelhantes, incluindo febre súbita acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, fraqueza, dor nos olhos, erupções cutâneas, náuseas, vômitos e dor abdominal”, detalha.
A recomendação é procurar o serviço de saúde mais próximo ao surgirem os primeiros sintomas.