Auxílios, pensão e renda extra para o resto da vida


A chegada de um diagnóstico de Doença de Alzheimer em um idoso trás consigo uma série de desafios que vão além da saúde física. Este grave problema de saúde afeta diretamente a autonomia do paciente, a qualidade de vida e requer cuidados contínuos, o que, por sua vez, gera implicações financeiras significativas. No Brasil, no entanto, existem direitos e benefícios disponíveis que podem ser fundamentais para melhorar a situação de vida de quem enfrenta essa condição, bem como de seus cuidadores e familiares. Este artigo busca explorar os auxílios, pensão e renda extra para o resto da vida, destacando os direitos que garantem suporte financeiro, como acessá-los e sua importância.

Direito da pessoa com Alzheimer

É importante ressaltar que, em junho de 2024, foi sancionada a Lei 14.878, que institui a Política Nacional de Cuidado Integral às Pessoas com Doença de Alzheimer e outras demências. Essa metodologia política acaba de reconhecer que o Alzheimer não é apenas uma questão de saúde, mas sim um problema que exige cuidados interdisciplinares e atenção contínua. A nova legislação abre portas para que os direitos já previstos sejam aplicados de forma mais eficaz, assegurando que os idosos diagnosticados tenham acesso a cuidados adequados.


Ademais, as cartilhas de direitos relacionadas à demência indicam que, mesmo que a Doença de Alzheimer não esteja explicitamente listada em algumas legislações previdenciárias, muitos benefícios são garantidos quando é comprovada a incapacidade ou dependência do indivíduo. Os direitos a que têm acesso essas pessoas podem significar uma diferença radical na qualidade de vida delas e de seus cuidadores.

Principais benefícios e auxílios para o idoso com Alzheimer

Quando tratamos dos auxílios, pensão e renda extra para o resto da vida, há diversas opções disponíveis que podem ser avaliadas por aqueles que enfrentam a Doença de Alzheimer:

Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS)

O Benefício de Prestação Continuada, também conhecido como BPC, é destinado a idosos com 65 anos ou mais, ou a pessoas com deficiência que não conseguem prover seu sustento, ou que não têm apoio familiar suficiente. No caso de um idoso diagnosticado com Alzheimer que seja gravemente dependente ou considerado uma “pessoa com deficiência” para fins legais, é possível acessar esse benefício, mesmo sem ter contribuído anteriormente ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

É importante frisar que a condição mínima para a concessão do BPC é que a renda familiar não ultrapasse um quarto do salário mínimo por pessoa. Essa assistência pode ser crucial para garantir uma vida mais digna para quem enfrenta essa situação.

Aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença

Para aqueles que já contribuíram ao INSS, se a Doença de Alzheimer causar incapacidade para o trabalho, há a possibilidade de solicitar auxílio-doença quando a incapacidade é temporária, ou a aposentadoria por invalidez se a incapacidade for permanente. A legislação brasileira ainda prevê um aumento de 25% no valor da aposentadoria para aqueles que precisam de assistência permanente.

Esse adicional se torna ainda mais significativo quando consideramos que muitos pacientes em estágios mais avançados da doença requerem cuidados intensivos e constantes. Essa ajuda financeira pode fazer a diferença entre uma vida sem dignidade e uma possibilidade real de manutenção da qualidade de vida.

Isenção de Imposto de Renda (IR)

Outro ponto importante é que, quando a Doença de Alzheimer leva a sintomas graves de comprometimento cognitivo, como a alienação mental, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reconheceu o direito à isenção do Imposto de Renda sobre aposentadorias. Isso representa uma economia significativa que pode ser utilizada para cobrir outras necessidades decorrentes da doença.

Outros direitos de apoio e renda extra

Além dos benefícios já mencionados, existem outras formas de auxílio que podem ser acessíveis a quem enfrenta a Doença de Alzheimer:

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  • Saque do PIS/PASEP: Dependendo da situação contributiva, pessoas diagnosticadas podem ter direito a esse saque.
  • Quitação de financiamento habitacional: Se o contrato de financiamento tiver seguro por invalidez ou morte, e a incapacidade for comprovada, os beneficiários podem ter a dívida quitada.
  • Gratuidade ou prioridade no atendimento no sistema público de saúde: Pacientes com Alzheimer têm direito a tratamento gratuito e acesso a medicamentos através do Sistema Único de Saúde (SUS).
  • Curatela ou decisão apoiada: Em situações onde o paciente já não pode tomar decisões de forma autônoma, há a possibilidade de solicitar a curatela, que oferece suporte legal.
  • Futuro apoio ao cuidador: Em tramitação no Congresso, está um projeto que prevê auxílio financeiro para cuidadores domiciliários de idosos ou pessoas com deficiência, o que pode aliviar o encargo financeiro dos familiares.

Como acessar esses benefícios

Para ter acesso aos direitos e benefícios mencionados, é crucial seguir alguns passos:

  1. Diagnóstico médico especializado: Consultar um neurologista ou geriatra, profissionais que poderão confirmar o diagnóstico e emitir laudos necessários.
  2. Reunir documentação: É importante ter em mãos RG, CPF, comprovante de residência, o diagnóstico e exames. Caso haja contribuições ao INSS, a carteira de trabalho também deve ser incluída.
  3. Verificar qual benefício se aplica: Determinar se o que se busca é um benefício assistencial (BPC) ou previdenciário (aposentadoria, auxílio-doença).
  4. Agendar perícia no INSS: Para benefícios previdenciários, essa etapa é fundamental.
  5. Inscrever-se no Cadastro Único (CadÚnico): Essa é uma necessidade para aqueles que buscam benefícios assistenciais.
  6. Provar a alienação mental ou dependência grave: Para obter isenção de IR, é necessário apresentar laudos médicos. Nessas situações, buscar orientação jurídica pode ser crucial.

Auxílios, pensão e renda extra para o resto da vida

Os benefícios assistenciais e previdenciários disponíveis para as pessoas com Alzheimer e seus cuidadores são fundamentais. A busca por auxílio financeiro não é apenas uma questão de suporte econômico, mas também uma forma de garantir dignidade e qualidade de vida. Acompanhar as mudanças e atualizações na legislação é essencial para que os direitos sejam mantidos e acessados de forma efetiva.

Perguntas frequentes

As dúvidas sobre os direitos e benefícios disponíveis são comuns entre aqueles que lidam com o Alzheimer. Portanto, aqui estão algumas perguntas frequentes junto com suas respostas:

Qual é a idade mínima para solicitar o BPC?

O BPC é destinado a pessoas com 65 anos ou mais.

E se o paciente já trabalhou e contribuiu para o INSS?

Nesse caso, pode-se solicitar aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença.

Como posso saber se sou elegível para isenção do IR?

A isenção é concedida quando há comprovação de alienação mental causada pela doença, conforme laudos médicos.

Posso receber mais de um benefício?

Sim, dependendo da situação, é possível acumular benefícios assistenciais e previdenciários.

O que fazer se o pedido de benefício for negado?

É possível recorrer da decisão, apresentando mais documentação ou evidências.

Como posso encontrar suporte para o cuidador?

Organizações não governamentais e associações de pacientes frequentemente oferecem recursos e suporte para cuidadores.

Conclusão

O diagnóstico da Doença de Alzheimer, embora desafiador, não precisa significar falta de dignidade ou suporte financeiro. Com os direitos certos e a informação adequada, as pessoas podem acessar benefícios que não apenas sustentam uma vida digna, mas também oferecem paz de espírito para os cuidadores. Ao investir tempo na compreensão dos direitos disponíveis e na busca por auxílio financeiro, é possível transformar a realidade enfrentada em momentos de amor e esperança. A luta por auxílios, pensão e renda extra para o resto da vida é uma jornada que vale a pena enfrentar.

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